Vento úmido da manhã. Eu estava alheia de coisas necessárias. De coisas que eu precisava fazer nessa manhã. Olhava para a janela, como se eu fosse receber um sinal. Mesmo com o sol insistente, aquele vento fazia eu abraçar-me e olhar ao redor. Sentia falta de você. Imensa e irrevogavelmente. Às vezes parecia que eu amava por um, dois, três, ou quatro pessoas. Ou até mais. Era aquele amor grande, enorme, imenso. Não cabia no meu peito. E doía, ah como doía. Olhava as andorinhas brincando no ar, dançando com o vento junto com as folhas das árvores. 'O amor é como o vento, não podemos vê-lo mas podemos senti-lo'...
Só daria um segundo de minha vida, para que muitas coisas pudessem voltar ao tempo. Um segundo que se repetisse incansavelmente, para que você vivesse ao meu lado. Para que essa ausência e esse frio que me acompanham fossem embora, para que eu deixasse de ser uma criança amedrontada com medo do escuro por causa dos monstros que há dentro do armário.