22 de maio de 2011

Dilemas #1

Acredito que todo o dilema de uma mulher é comprar roupas. Digamos que, eu sei bem o que é isso.Você acorda cedo no final de semana – meus únicos dias disponíveis – seu cabelo está uma droga, tudo armado. Você está com sono e com frio. E, na pior das hipóteses, na TPM. É pedir pra matar alguém.
Vai até seu guarda roupa, escolhe a primeira combinação que está na sua frente, prende o cabelo um rabo de cavalo, pega o essencial – ler: a mala que toda mulher carrega de tudo dentro – come qualquer coisa e parte. Chegando ao seu destino (shopping ou o centro da cidade) começa o dilema: LOJAS. Que loja entrar? Por via das dúvidas, a gente sempre entra em todas na esperança de ter “uma coisa que eu goste” lá, ou até mesmo para “dar uma olhadinha, depois eu volto”.
Um blusa, uma calça, outra blusa, uma jaqueta, um sapato, outra blusa, outra calça, um vestido, uma saia, um shorts, mais blusa, mais calça, outro sapato... e assim vai. Você parece um guarda roupa ambulante no meio da loja, até que aparece aquela mocinha, com uma sacola tamanho família falando pra você colocar suas escolhas lá, para ter maior comodidade e conforto na hora da escolha. E você passa horas nisso. HORAS! Pra chegar na hora decisiva: o provador. Essa parte, pra mim, é um martírio. Você despeja o quilômetro de roupas dentro do minúsculo provador, tira a sua roupa, que tem que jogar por cima da porta (ou daquele ferro da cortininha), porque não há mais espaço pra colocar elas nos penduradores...
- Vamos começar pela calça – é o que você fala, pegando aquela, sim, aquela que você maaaaais gostou. Uma perna, outra perna, e vai, puxa, puxa, puxa – respira – tem que passar pelo quadril, e para que isso aconteça você começa a fazer aquela dancinha da centopéia. Remexe pra um lado, remexe pra outro, encolhe a bunda, puxa e pula, puxa e pula, puxa e pula. Ok, pela bunda, depois da dancinha do sufoco, ela passou, agora é outro dilema: o botão fechar. Respira, respira. Murcha a barriga e prende a repiração. Uuuuuuuh, quase. Vamos, de novo: Murcha a barriga e se encolhe toda. Quase tropeça na pilha de roupas e cai de cara no espelho. Mas valeu a pena a calça fechou. Menos mal, me recuso a pegar um número maior. ME RECUSO! OH MY GOD COMO ESTOU GORDA! E é nessa parte que você lembra do fast-food no meio da semana, as trufas, o brigadeiro à noite em seu momento de carência... e faz milhares de promessas que irá começar o regime de saladas na segunda, mesmo sabendo que você não vai levar adiante. Depois da calça, você parte pras blusas. Todas M. TODAS. Prova uma, fica justa que você nem respira, e marca aquela gordurinha ali do lado, o que você não acha nada atraente. Ok, tira ela e joga num canto, parte pra outra, que nem entra. E você desanima, acaba desistindo de provar o resto pensando “eu nem gostei muito daquelas, mesmo”. Veste sua roupa, arruma o cabelo, pra não sair parecendo uma louca, que perdeu uma batalha. Recolhe toda a pilha de roupa jogada, deixa com a mocinha do provador e sai levando aquela calça que vai ser um sufoco pra vestir todos os dias, só pra não dar o braço e compra rum número maior e não sair de mãos abanando...
E vivemos nesse ciclo vicioso. Tudo que você queria era ficar linda, que nem aquelas modelos da capa da revista... mas você se xinga por ter coxas grossas, uma bunda um pouco grande e aquela barriguinha tão indesejável. Mas mulher de verdade mesmo, tem uma barriguinha, celulites e estrias... esses padrões são tão ridículos. E viva ao tamanho 44. ;)

Um comentário:

  1. parece até que me descreveu he
    você escreve muito bem, gostei bastante (:

    ResponderExcluir