13 de setembro de 2011

Stuck in a Wondermadland

Caindo. Era isso. Estava caindo e girando. Ao certo, não sabia para onde estava indo, mas estava caindo. Lembrou-se do livro ‘Alice no país das maravilhas’. Será que era para lá que estava indo? Num mundo onde gatos sorridentes falavam e nada havia um tamanho certo? Será que ela ouviria alguém gritar para corta-lhe a cabeça? Mas já vivia num mundo de loucos, julgou. Não sabia a resposta, porém, sentiu um baque e caiu sentada numa rua devastada, aonde havia judeus se arrastando num desfile com soldados os maltratando.  Sentiu-se estranha. A humanidade era tão cruel. De repente houve correria e gritaria. Desespero. Muitos estavam com caras de fantasmas. Levaram-na para um porão, cheio de gente. Sentou-se no chão, abraçou os joelhos. Sim, pensou ao ouvir o barulho de bombas, a humanidade era tão ridícula por pensar que uns são melhores que outros. Tão estúpida a ponto de destruir seus próprios semelhantes. Fechou os olhos e choramingou suplicando para que todos os inocentes vivessem. Ao abri-los novamente, deparou-se à frente de um menino. Ela o olhou, bem no fundo, como se estivesse analisando sua alma. “Olhos de ressaca”. Sorriu de leve, e esquivou-se, começando a correr para um bosque. E quando adentrou, ele se transformou numa densa floresta úmida e fria. Mais pra frente, havia uma clareira cheia de flores. O sol e o vento brincavam entre elas. Olhando para frente viu um monte de lobos se aproximarem. Estavam vindos em sua direção. Encolheu-se e sentiu um animal, o maior dele, pulando em cima de si. Escuridão. Levantou-se e viu-se com vestes pretas. Silêncio, um barulho assustador. Deparou-se com uma varinha na mão… e “Avada Kedavra”, o feitiço atingiu seu peito. Dor? Pensou que sentiria algo… mas não sabia o que estava sentindo. Estava estirada, num mausoléu com roupas antigas um rapaz jazia morto ao seu lado com um vidro de veneno em sua mão. Lágrimas caíram por seu rosto. Avançou, chegando próxima a ele, colando os lábios, para quem sabe, arrancar-lhe um pouco do veneno de seus lábios para ficarem juntos para sempre…
Nada aconteceu. Só sabia que estava beijando o cara mais fofo que nunca foi notado por ela e que estava vestindo um lindo vestido. Ele era o irmão de sua melhor amiga! Ele que a notara quando ela era invisível. Sempre fora ele… sempre…
- HEI! Acorde! – Seu melhor amigo a cutucou, rindo de sua cara amassada. Levantou a cabeça da carteira escolar e viu o livro que estava lendo. Este estava com a página amassada na qual havia parado. Maldita hora que havia pegado no sono. Olhou nos olhos do amigo. Sorriu. Era ele, alguma coisa gritava dentro de si. Sempre fora ele. Sempre.

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