6 de setembro de 2011

Coisas alheias #12



Era noite. Ela estava sentada na cama, olhando uma foto na tela do celular. E parecia que ela tinha a certeza, tanta certeza, num mundo cheio de controvérsias e coisas incertas. Ela gostava de viver no mundinho dela. Naquele mundinho cheio de livros, histórias, fantasias e músicas lentas. Ela olhava estática para a foto, uma simples fração de segundo, captada por uma câmera. Um sorriso, um momento, uma alegria. Ela olhava com os olhos cheios d'água. Mas não era de tristeza... era de uma alegria que não cabia dentro de seu peito. Era como se ela tivesse andado, andado, andado... e achado, no lugar mais improvável, mais incapaz a sua felicidade... ou grande parte dela. Aquele que necessitava e foi feito sob medida, um recorte perfeito, a peça que faltava, o sorriso que precisava pra seus dias. Os abraços, os beijos...
Ela se sentia tão repetitiva quando precisava falar o que sentia; sentia-se como um disco velho, tocando a mesma canção várias e várias e várias vezes. Mas, ao mesmo tempo, não se cansava da mesma canção. Da sua canção. A melodia que a enxia de vida, de vontade. A música que agradava seus ouvidos, acalmava sua alma. A mão que, delicadamente, contorna-lhe o rosto com os olhos fixos. Ela sabia. Ele sabia. Ela não queria deixar nenhum momento para trás, nenhum milésimo de segundo. Ainda olhando a foto. A música de fundo... sem companhia, mas ela sabia que, mesmo longe, ele estava com ela, em pensamento, em sentimento, em espirito. 

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