27 de junho de 2011

O diario de uma otaria - capitulo 15

09 de outubro de 2010

Uma otária, é isso que sou. Depois de tudo que passei com Jake, eu pensei que tivesse aprendido algo. Mas não, cometi a mesma merda de erro de novo.
Rodrigo terminou aquilo-que-nem-começamos, comigo, porém, num sábado a noite, ele resolveu me ligar.
"Julie"
"Ro..drigo?"
"Você não sabe como eu sinto tua falta..."
"Ah, não... Me diz, por que você está fazendo isso... de novo?"
"Eu sinto falta do seu cheiro e do seu abraço..."
"Você só quer me iludir. Não deveria nem te atender depois das coisas que me disse naquela festa... Aliás, foi você quem me levou ao hospital?"
"Também, um tal de Jake não queria que eu encostasse a mão em você."
"Ele é outro idiota."
"Porém, você praticamente desmoronou em cima de mim. E, sei lá, me senti na obrigação de te levar lá."
"Não, você não tem nenhuma obrigação em qualquer assunto relacionado a mim. E nem o Jake."
"Ele parece te considerar muito... ou pelo menos, reconhece o valor que você tem." Rodrigo suspirou "Ele não saiu do seu lado."
Aquilo foi meio que um choque de realidade, mesmo porque eu não havia visto Jake lá no hospital quando acordei. Mas eu não queria contato com ele. E se ele não veio me procurar depois, é porque não queria contato também. Então não se passou por isso. E, de verdade, nem sinto mais sua falta. E se fosse ele no meu lugar, no dia dos remédios, eu faria o mesmo, pela amizade.
"Ok, Rodrigo, me diga o que você quer logo, tenho mais coisas pra fazer do que ficar enrolando no celular".
"Que eu estou sentindo sua falta"
"Isso não vai mudar nada. Nada do que disse, ou fez"
"Julie..."
"Não adianta. De que adianta, um dia falar tudo o que disse, coisas que realmente me machucaram, e agora vir atrás? Você não quer nada comigo, além de ir pra cama. Essa é a verdade. Você gosta de Anne. Então, não me procure mais".
Nem esperei ele responder, acabei desligando. A verdade, era isso mesmo. Ele queria se aproveitar de mim, tentando atingir Anne, coisa que iria dar certo.
E desde então, ele sumiu. Desapareceu. Mesmo que estivesse doendo, estava sendo o certo.
Dr. Romeu não me enviou para um clínica de reabilitação. Não sei porque, mas acho que ele acredita em mim ou na minha capacidade. Acho que ele acredita que eu tenho força de vontade suficiente pra sair dessa. Eu realmente quero, mas toda a vez que acho que vou fazer as coisas certas, eu acabo errando e tornando tudo mil vezes pior.
Por fim, resolvi entrar no Twitter e desperdiçar uma tarde inteira lá. Por coincidência ou não, aquele cara que ofereceu uma massagem, estava online e veio puxando conversa comigo. Passamos a tarde conversando... e a noite também. Por fim, pedi o msn dele, afinal, ele parecia ser legal. Eu sentia falta de conversar com alguém, me abrir, ou ter um ombro pra chorar. Eu não aguentava mais toda essa pressão. Gustavo e eu nos aproximamos muito. Pelo menos, ele fazia parte da diversão dos meus dias. E e ouvia quando eu precisava falar, e me consolava quando eu  precisava chorar. Anne também me ouvia muito, mas eu sentia falta de ter alguém para me ajudar ali, do meu lado. Eu me sentia tão sozinha, mesmo cercada de gente. Uma sobrevivente. Mas enfim, descobri que Luke, o cara do twitter, era legal, e que por coincidência mora em minha cidade. Ele me passava uma confiança que, eu não sabia explicar, mas eu me sentia em paz conversando com ele, mesmo que somente por msn. Me ouvia reclamando da vida, tentava me ajudar. Mas ele já ajudava só de ouvir, ou de falar qualquer besteira, me fazendo dar algumas risadas. E depois de um tempo, toda a vez que eu ficasse online, eu mal sabia que a primeira pessoa que eu passaria a procurar online, seria ele, rezando para que ele estive ou que aparecesse logo.

- continua -

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