Foto via We Heart It. |
A madrugada é engolida pelo silêncio. Mais uma vez estou debruçada em cima de meu caderno de rascunhos procurando a companhia das palavras; mais uma vez há lágrimas em meus olhos.
Eu costumava a acreditar que fazer o bem, me levaria a ganhar coisas boas. Em partes, recebo muitas coisas boas em minha vida, e sou grata por todas elas. Mas, em outras, me esforço tanto para fazer o bem e deixar feliz quem amo e, às vezes, até esqueço de mim. E tem sido assim. Alguns anos se passaram, e ao me olhar no espelho nem me reconheço mais. Essas lágrimas, querido, são daquele sentimento de inferioridade, de levar a culpa por algo que eu não faço parte. Mas, é só mais uma noite de insônia e xororô. Amanhã, quando tentarei arrancar de mim essa coisa ruim, capaz de ouvir, ainda, que não o deixei em paz. Nada supera a dor de um coração partido, a dor de palavras que ferem; para não gerar mais um amontoado de brigas, ficarei quieta e fraca, sorrindo amarelo e com o peito ardendo por ter que ouvir (mais) certas coisas.
Amar não é só estar presente em épocas boas. É estar junto pro que der e vier e sambar conforme a música. É lembrar que pequenos detalhes fazem a vida a dois melhores, não apenas dinheiro (ele não é a solução para todos os problemas, meu amor). É abraçar, é sorrir e beijar com vontade, com paixão, com tesão e ser insaciável. É olhar para a pessoa e dizer com orgulho e peito estufado que ela é seu amor, seu melhor amigo. É quebrar o pau e terminar a discussão com um beijo de quem se ama, e não com insultos que geram um milhão de lágrimas. E lembrar que somos todos iguais, e terminaremos iguais, no chão, na terra.
Ouço a chuva cair tímida e suave na janela. Ainda acredito em dias melhores. Ainda acredito em um "nós" melhor.