Entre, a porta está aberta. Assim como as páginas do meu livro da vida, ele está escrito só pela metade. Costumava deixá-lo ali, no criado-mudo, com um marca-páginas meio amassado, meio antigo, meio velho, meio detonado. Ele ficava ali, só fazendo volume. A história não avançava; estava parada. Aquela história monótona que não tem um atrativo. Era assim. A porta costumava ficar trancada. O vento costumava a bater na janela, e voltar por onde tinha partido. O sol costumava não me invadir. Eu estava me movendo, mas não estava indo a lugar algum. Alguma mão, o achou interessante e o tirou daquele local. Estava empoeirado. Eu estava cansada, e a cada vez que tentava reescrever a minha história, mais palavras e pessoas eram riscadas de minha vida diária. No fim do dia, me sentia presa num labirinto, como se fosse caçar vidas num caça-palavras. Mas, alguém tirou essa poeira, e pegou uma caneta. Segurou a minha mão, e agora, está me ajudando a reconstituir as páginas que ficaram alguma lacuna. É como se a cada vez que se abrisse esse livro, meus segredos voam para longe, uma cicatriz recém curada, e que se cutucada, pode sangrar de novo. Dói? Dói. Mas é bom. Aprendemos nesses momentos. Um livro de memórias, com fotos e imagens, relances, momentos e o que mais tiver que ser para se tornar completo. A porta continuará aberta. O livro continuará a ser escrito, a ser preenchido. E a vida tomará outro significado.
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=OOO Vamos surtar! Foi vc que escreveu menina?Ficou PER-FEI-TO!
ResponderExcluirAmei Amei Amei!
Gente, to até emocionada aqui, muito lindo o textinho mesmo!
Beijos
http://serietrinita.blogspot.com
Nossa que lindas suas palavras, amei!!
ResponderExcluirSeu blog também é lindo, vou seguir!
Aliás, obrigada pela visita! Seja sempre bem vinda ao Coffee :)
beijos, Camila
http://www.coffeplusbooks.blogspot.com