8 de junho de 2011

O diario de uma otaria - capitulo 12

06 de julho de 2010 

Desde que conheci o Rodrigo muita coisa mudou. Não sei, não sinto mais aquela vontade de correr atrás de Jake. Na verdade, não penso mais em Jake como eu pensava antes. Mas parece, às vezes, ainda sinto saudades dele, e de suas brincadeiras idiotas. Do seu jeito metido a nerd. Mas não doía como costumava.
Desde então, me sentia encantada com Rodrigo. Não que ele fosse atraente, mas o sorriso e seu rosto realmente me encantavam. O jeito que ele me tratava, a sua atenção para mim. O seu jeito tímido ao telefone, suas bochecha rosadas. Sim, eu achava muito lindo isso. Coisas que, geralmente eu nunca repararia ou passariam desapercebidas, mas de um jeito ou de outro, acabaram me encantando.
Sendo assim, marcamos de nos encontrar em algum lugar, tomar algo, passar um tempo.
Chegando ao momento, minhas pernas, minhas mãos e minha voz tremiam. Ele veio tímido, porém, sorridente. Conversa vai, conversa vem, ele acabou me contando alguns problemas, que realmente lhe faziam deixar para baixo. Eu, com a minha curiosidade natural, e minha vontade de fazer, as pessoas com que gosto se sentirem bem, ouvi com atenção, e lhe dava um abraço ou outro em alguns momentos, para confortá-lo.
Ele me contou de coisas que costumava fazer freqüentemente, e, por mais que eu não tivesse o direito de mudar ou falar algo a respeito, fiquei apreensiva. Mas, percebendo isso, ele parou de falar e ficou me encarando.
- Hum... Julie.
- Oi?
- Faz tempinho que eu queria pedir... hum... queria o teu sorriso pra mim... - ele olhou para os pés, envergonhado. Minha voz sumiu por uns instantes, e eu tentando processar a informação, pensava "Hã? ele quis dizer que quer ficar comigo?" - Queria saber se você... hum... quer ficar comigo e que eu seja a razão desse sorriso lindo que você tem...
- eu... hã... aceito...
Nisso, ele me olhava, parecendo um pimentão. Eu não sabia o que fazer, como agir. Parecia que estava menos decidida do que quando dei meu primeiro beijo, ou que eu sabia fazer mais coisas lá do que hoje. Sendo assim, ele me puxou para um abraço e começou a trilhar beijos da minha bochecha até minha boca. Segurando as minhas mãos trêmulas, ele sussurrou ao meu ouvido 'fica calma, estou com você', o que me fez derreter e me entregar totalmente ao beijo, em seguida. Passamos o resto da tarde, como um casal. Nem parecia que éramos meros ficantes, parecia que já estávamos juntos há muito tempo e que nos conhecíamos há anos. Aquela tarde em questão, foi uma das melhores da minha vida. Como se eu tivesse deixado todo um peso do passado para trás e agora, estava conseguindo voltar a caminhar com minhas próprias pernas. Como se, tudo tivesse em seu lugar, e eu tivesse achado alguém que me desse valor. E eu, com todas as minhas forças e esperanças, desejava que durasse. Que ele me amasse e me tratasse como eu merecia. Como eu queria isso. Eu já estava totalmente atraída por ele, mas aquele sentimento de ele poder escorregar entre meus dedos e desaparecer ainda permanecia. Virando as costas, na hora de ir embora, eu contei seus passos. Em casa, eu estava tão bem. De madrugada fui acordada por uma mensagem inesperada "você é uma mulher maravilhosa, e estou feliz por te ter em minha vida".
Mal sabia que essa mensagem seria relida umas 12 mil vezes durante uma semana, um mês, dois, três. Mal sabia que tudo poderia mudar, de uma hora pra outra.

- continua - 

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