Dia 4 de fevereiro, 2010.
Olha, isso é totalmente ridículo. Tenho quase 19 anos e me obrigaram a escrever um diário. É um diário. Coisa de menininha de 4ª série apaixonadinha. Mas sou obrigada a fazê-lo, já que, se não fizer vão me internar em alguma clínica qualquer sob condições de 'profunda depressão com dependência química'. DROGA! Não se pode ter mais estilo, e vontades - ou nenhuma vontade - do que se fazer na vida. O quê? Tratam-me como se eu tivesse cinco anos de idade e não posso fazer nada dessa vida! Se eu fico em casa no computador, é porque fico o dia todo no computador; se eu saio e fico o dia todo na rua, é porque eu não paro mais em casa! Porra, ninguém se decide. Mas o caso de eu ter que escrever um diário com todos os meus sentimentos, não é isso. Na verdade, a história começa bem antes do que muita gente pensa, imagina, ou acha. Bem antes das coisas se tornarem complicadas. Não consigo me lembrar bem o que aconteceu durante aquele dia... Mas quando me vi, estava numa cadeira de um psiquiatra e ele falava severamente comigo....
- Julie, Julie, o que faremos com você? - Eu ouvia o doutor - como ele chama mesmo? - falando, distante. Ainda estava sobre efeitos de substâncias. Minha cabeça girava e tudo parecia estar bem leve. Onde eu estava mesmo? Ao fundo eu ouvia minha mãe chorar e resmungar. Ela sempre resmungava. E eu odiava isso.
- Vai interná-la doutor? - Ela disse, numa voz um pouco mais alta.- Seria uma opção, já que ela está dependente quimicamente de substâ..
- Pode parando, não vou a lugar algum! - Um surto de realidade caiu sobre meus olhos quando ouvi a palavra 'interná-la' - Não sou dependente.
- Olha o seu estado garota! Como não? - minha mãe falou com raiva.
- Só usei uma vez, duas... ‘tá, umas 15 vezes, mas isso não quer dizer que preciso ir a um manicômio! Eu não vou. - cruzei os braços, feito uma criança birrenta. Olhando no espelho do consultório, eu estava com a roupa da festa da noite anterior - meio amassada, um ombro estava sem alça, com maquiagem preta escorrida até as bochechas. Havia um chupão no meu pescoço. De quem fora, e o que eu fizera com essa tal pessoa, eu não fazia à mínima ideia.
- Tem outra saída? Não. Você vai sempre procurar essa saída, a mais fácil para se desligar do mundo! Mas não percebe quanta gente tá envolvendo com isso! - Minha mãe berrou.
- Tem outra saída? Não. Você vai sempre procurar essa saída, a mais fácil para se desligar do mundo! Mas não percebe quanta gente tá envolvendo com isso! - Minha mãe berrou.
- Doutor, não me interne... eu, eu só tenho só 18 anos. Não quero ser taxada como a louca. A viciada. Só mais uma chance.
- Só tem 18 anos, mas só faz merda! Vê se cresce! - minha mãe ainda me atacava com palavras. Eu ficava quieta.
- Se fôssemos analisar bem, você deveria ser internada por uns seis meses, porém, eu acredito que você possa virar o jogo por conta própria. Só que, há algo que você precisa fazer, pois te analisando, acho que, você usa substâncias químicas para se livrar de responsabilidades e problemas, indo parar num mundo que você sempre idealizou. Então, como uma última chance a você, quero que escreva um diário, com tudo o que sente e faz. O que come, como dorme e o que fala. Tudo. Esse é o trato.
E foi assim que passei a escrever esse diário idiota. Nunca me dei bem em escrever, na verdade, é uma das coisas que mais odeio. Mas era a minha última chance. No entanto, minha vontade de fazer isso não é das grandes. Na verdade, é nula. Mas se é pra fazer, acho que vou tentar me lembrar de alguns fatos do passado, já que este me persegue todos os dias, e por causa de sua sombra, eu vivo com medo. Medo da rejeição, da aceitação. Medo das coisas novas, e de o que as pessoas vão pensar de mim. É hipocrisia falar que ninguém se importa com a opinião alheia. Todos ligam. Alguns podem não se importar e não se afetarem, mas comigo, parecia que era uma bomba, que fazia explodir uma dor, cada vez que falavam algo de mim. Minha reação, no início, era chorar, e muito. Mas depois, minhas reações passaram a ligar o ‘foda-se’, não para o mundo, mas sim, para mim mesma. Então, já que por minha vida nesse negócio aqui, vamos aas apresentações: Meu nome é Julie. Tenho 18 anos. Sou estudante de uma faculdade local. Tenho uma irmã, meus pais estão juntos. Tenho amigos, vou às festas, e de um ano para o outro, parece que tudo começou a desmoronar.
- continua -
AAAAAAAAAAA , to amandoooo, mto mto mto diva <333
ResponderExcluirAAAHH *---* adorei, mal posso esperar pra ler a continuação xD'
ResponderExcluirWOW, honestamente? ADOREI! HAHAHA,
ResponderExcluiravisa assim que continuar ok?
bjs
Vou acompanhar esse diário mocinha, não deixe de me avisar no twitter, ok?
ResponderExcluirBem escrita e interessante, acho que a Julie vai aprontar algumas ;D
xoxo
Owwwn, valeu girls *-*
ResponderExcluiraviso sim, pode deixar =D
os capítulo tem que ser maiorzin.
ResponderExcluir:T
Linda, eu também escrevo, mas em um caderno de 20 matérias, que fica de baixo do meu coxão, isso desde 2009.. Considero uma ótima terapia! Minhas ansiedades e confusões eu deixo tudo em palavras para esvaziar minha cabeça de pensamentos inúteis. Acredito que meu caderno vai ser detonado antes de alguém ler (assim espero rs).. tenho vergonha do que se passa pela minha cabeça.. minha auto-destruição, orgulho e etc..
ResponderExcluirQuero parabeniza-la pela coragem!!