Tudo e mais um pouco

"Parabéns! Você irá conhecer 0 McFly pessoalmente." Foram essas as palavras que eu ouvi ao telefone. Assim que desliguei, gritei, corri, abracei minha mãe, sai na rua berrando 5 colours in her hair. Senti minhas veias pulsarem, meu sangue correr mais rápido, meu coração a bater mais forte. Não estava acreditando! Aquilo era um sonho!
Chegou o grande dia. Montei na van e parti pra São Paulo. Nervosismo. Estômago horrivelmente horrível.

- Está nervosa? - a assistente que estava comigo na van falou.
- Um pouco - murmurei. Ela não se convenceu com o meu 'um pouco', meus gestos me denunciaram.
Ela sorriu, e pegou na minha mão:
- Um pouco? Você só não está mais gelada e tremendo porque não tem como!
Travei. Minha voz não saía. Nada queria sair da minha garganta, nem um mísero som. Meu desespero estava crescendo 'COMO QUE EU VOU FALAR COM ELES?' era o que estava passando na minha cabeça.
- É... - depois de muito custo foi o único som que conseguir emitir.
A van parou. 2 horas e meia de viagem passaram e eu nem senti. Meu coração estava na minha boca. São Paulo, hotel Hilton, eu não acreditava!
"Oi eu sou do interior, e estou aqui pela 1ª vez." Era o que eu estava pensando em falar para as pessoas que passavam na salinha que eu estava esperando eles, e me olhavam torto com cara de (?). Até parecem que eles nunca viram uma menina com um all star vermelho, calça jeans e uma camiseta escrito 'MCFLY'. É eu aposto que já, mas não no lugar que eu me encontrava.
Passou 15 minutos: NADA.
20 minutos: NADA.
30 minutos: NAAADAAAA!
Entrei em mais desespero que já estava, se isso era possível. Comecei a chorar feito uma criança de 5 anos quando o seu doce cai no chão e justo na parte mais gostosa.
- Hey girl, why are you crying? - Meus olhos alagados conseguiram ver uma covinha sorrindo agachada na minha frente. P A R A L I S E I. Fiquei branca e gelada.
- Girl, are you ok? Ele continuou agachado, tentando puxar assunto e observando a minha cor papel sulfite, preocupado.
- Hm, fine... - foi o que eu consegui dizer e ele sorriu e a covinha voltou a aparecer. Não aguentei e voltei a chorar.
O Tom já deveria estar pensando que eu era uma idiota, retardadas com sérios problemas. Não sei, mas acho que foi por impulso e ele me abraçou e eu instantaneamente parei de chorar. Fiquei arrepiada, meu corpo amoleceu. O CARA DOS MEUS SONHOS ESTAVA ME ABRAÇANDO!
- Aqui está você! - Disse a assistente chegando com os outros meninos. Tom me largou do abraço e me deu a mão pra levantar do sofá.
Eram eles. ELES. 4 anos e meio e o maior sonho da minha vida na minha frente, e eu iria dizer tudo e mais um pouco...
- ACORDA! VOCÊ TÁ ATRASADA! - levantei num pulo, suando frio e assustada. Minha mãe berrando e batendo na porta.
Foi só um sonho.




[nãofuinoshow:(]