10 de julho de 2013

A história do leitor no Brasil

Recentemente, saiu a pesquisa do Instituto Pró-Livro, Retratos da Leitura no Brasil; é um estudo que mostrou que, apesar de mais conectados, os brasileiros estão cada vez menos leitores. Apenas 50% da população deve ser considerada leitora, isso porque o conceito de "leitor" usado é bem "amigável": ter lido 1 livro nos últimos 3 meses. O impressionante disso tudo é que a grande média dessa população leitora é de 4 livros por ano - foram mais de 5 mil entrevistados em 315 municípios. E os três livros mais citados, tem teor religioso: A Bíblia, Ágape do pe. Marcelo Rossi, e o best-seller A Cabana.


O preço, segundo a pesquisa, não é o principal empecilho, e sim a falta de tempo e de interesse. Tanto é que 75% dos brasileiros nunca frequentaram uma biblioteca. Na verdade, a falta de tempo pode ser resumida em falta de prioridade. Em vez de abrir um livro, há tempo para aquela atividade preferida que é... assistir TV. Ler é um ato que ocupa apenas o sétimo lugar no ranking da preferência.

Se a gente para pra pensar, é bem contraditório: somos um povo tão conectado e lemos tão pouco. Projeto de leitura digital? Se forem investir nisso, teriam que começar do zero já que 70% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar sobre livros digitais...

Se achávamos que a situação estava ruim antes, podemos ter a certeza que hoje em dia está pior do que antes. Num documento divulgado em 2008, a média de livros anualmente era um pouco maior: 4,7%; 7% nunca tinham frequentado uma biblioteca, enquanto hoje são 10%. Vem a calhar a pergunta: para onde estamos indo, Brasil?


Provavelmente, tão indignados quanto eu fiquei com esses números, um grupo se juntou e decidiu fazer algo. Um manifesto com sons e imagens, nada de documentos. Baseado na premissa de que entregar livros não é o suficiente, o vídeo escrito convoca os próprios leitores, esse grupo especial, para pregar a literatura em praça pública. Porque só eles sabem o poder transformador que a leitura pode ter. Bom humor e manifestações públicas à parte, vale tentar catequizar pelo menos quem está ao nosso redor no trabalho, casa, universidade.

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