Estava sentada naquela praça. Um brisa leve tocou seu corpo. Sentiu frio, abraçou suas pernas. Pegou o celular, olhou fixamente para a tela pensando. Precisava fazer aquilo, precisava mais que tudo, mesmo que fosse se arrepender.
Discou com pressa aqueles velhos números conhecidos.
- Alô? - ele respondeu com uma voz meio falha.
- Pode vir aqui? - ela disse, tentando controlar o estado emocional que refletia em sua voz.
- Aqui...? - ele respondeu com inseguraça. Ou surpresa por ela ter ligado.
- Na praça, por favor... - ela respondeu suplicante.
- hum, ok, me dá um minuto. - Ele falou.
Ela desligou o celular e as lágrimas rolaram involuntariamente sobre seu rosto. Continuou abraçada aos seus joelho, esperando que ele chegasse. Ela poderia ir a casa dele, porém tinha medo de encontrar a namorada lá. Não gostava dela, a achava falsa, ridiculamente metida.
Contemplou o vazio, pelo menos o vazio fazia com que a dor se amenizasse. Até que sentiu uma mão em seu ombro, fazendo-a 'pular' de susto.
- Me desculpe - ele disse, se sentando ao lado dela no banco.
- Não foi nada - ela respondeu ainda olhando para frente, porém agora observava o movimento que os vento causava nas árvores.
Silêncio. Um minuto, dois, três... 10 minutos. Um silêncio que era capaz de dizer o que estava sentido.
- Você deve estar se perguntando o que eu vim fazer aqui e porque diabos te chamei aqui - ela falou calma e pausadamente - Eu soube da novidade - ela terminou a frase e esboçou um sorriso tímido misturado com sinceridade e o olhou. Como estava lindo.
Ele a olhou e percebeu as lágrimas que caiam.
- Ah, é.. - ele sorriu fraco.
- Parabéns... - ela disse enxugando as lágrimas com a palma da mão.
Ele simplesmente balançou a cabeça em sinal de agradecimento. Aquilo estava sendo torturante. Pior do que pudera imaginar, na verdade não imaginara, pois não esperava que ela ligaria de novo pra ele. E ver a menina chorando daquele jeito o deixava com o coração na mão.
- Eu... eu .. não sei... - ele tentou dizer algo, porém lhe faltava palavras.
- Eu sei que é errado eu sei que você não esperava que eu fosse te ligar, muito menos te chamar, mas eu vim pra cá assim que eu soube - as lágrimas não cessaram.
- Lembra daqui? - ela continuou - quando eu te beijei? Cara, eu estava tão nervosa... - ela riu das lembranças.
- Lembro... essas lembranças me assombram por mais que eu tente reprimir elas. Foi aquela vez que eu te olhei de uma maneira diferente - ele confessou e sorriu tímido.
- Ha, lembro também que... tá, pra que lembrar, passou, passado já foi. - Ela interrompeu o fluxo do passado - Quando que você se muda?
- Final de fevereiro. As aulas começam em março, vou precisar de um tempo pra me acostumar. Vou antes, mas me mudar mesmo, só no fim do mês. - ele sorriu fraco.
- Oras, você em SP? Vai tirar de letra - ela sorriu o encorajando.
- Assim espero.. - ele admitiu.
Silêncio.
- Eu estou aqui para falar que...
- Que?
- que eu vou sentir muitas saudades..
- eu também - ele disse em um sussurro.
- e que ... eu te amo. - ela finalizou deixando que as lágrimas rolassem. Doía tanto dizer aquelas três palavras para ele.
Ele a fitava. Passou delicadamente sua mão sobre seu rosto, enxugando as lágrimas.
- Tá, eu sei que é errado, você namora, mas esse sentimento é - ela não conseguiu terminar a frase pois segundos depois sua boca ficou ocupada com os lábios quentes dele que gerava uma sensação diferente em seu lábios frios. Colocou as mãos na nuca dele e o puxou para mais perto, deixando o beijo se intensificar. O beijo era intenso, regado de paixão e a cada minuto isso parecia mais evidente, pois se tornava mais violento.
Depois de um tempo, ofegantes e com os lábios vermelhos, eles se olharam.
- Não me importo - ele disse para ela sorrindo. Ela sorriu e o abraçou.
- Para sempre - sussurou em seu ouvido. Colocou um papel no bolso dele - Leia somente depois que eu sair. Deu-lhe um último selinho e saiu correndo.
Ele pegou o papel de seu bolso aonde ela tinha escrito uma letra de música:
"When I'm tired and thinking cold, I hide in my music, forget the day and dream of a boy I used to know. I closed my eyes and he slipped away. You slipped away. You slipped away."
Ele pegou o papel de seu bolso aonde ela tinha escrito uma letra de música:
"When I'm tired and thinking cold, I hide in my music, forget the day and dream of a boy I used to know. I closed my eyes and he slipped away. You slipped away. You slipped away."
Ele sorriu. Guardou o papel em seu bolso, e passou a mão em seus lábios. Ela sempre o surpreendia.
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