Odeio a sensação de me apaixonar e desapaixonar por um personagem fictício. Como uma leitora assídua, minhas emoções vivem em uma montanha russa enlouquecida, num constante sobe e desce; felicidade e tristeza, raiva e paixão. O personagem é um tremendo garanhão galanteador, romântico até o último fio de cabelo e, em meio diálogo seu, você já está lá, com os olhos marejados e com aquele sorriso bobo brincando nos lábios; você vai sonhar e desejar, do fundo da sua alma, encontrar um cara que lhe deseje tanto quanto aquele mocinho deseja sua mocinha; um cara que lhe diga ao pé do ouvido palavras que te farão suspirar e se sentir linda, única. Um cara que vai lutar e tentar provar todos os dias que te ama e que não precisa de mais nenhuma outra ao seu lado.
Odeio sonhar tanto, abrir os olhos e encarar a dura realidade. Não estou dizendo que não há caras românticos neste vasto mundo. Há. Mas, o cara de um livro tem a capacidade de mexer com nossos sentimentos mais fundos. Uma sinestesia da paixão. A sensação de sorrir feito uma boba lendo esses melodramas me fazem bem. Todas nós gostaríamos de uma estabilidade; de um romance sem brigas nem mágoas. Mas, nem nos livros são assim. O carinha, geralmente, vai despedaçar o coração da mocinha e depois, tentará reconquistá-la. Em nosso dia-a-dia, as coisas podem até não funcionar assim, e é aí que percebemos que o imperfeito pode ser melhor ainda.