Algo inesperado? Pois é, muito! É nessas e outras que vemos o quão criativas as pessoas podem ser ao misturar os assuntos, mas isso é também, um grande incentivo à leitura de livros nacionais - que, convenhamos, há muitos que são ótimos, porém, não há aquele estímulo tanto quanto os mais recentes e geralmente, da literatura estrangeira.
Nisso, o projeto que está unindo os dois assuntos (o link estará no final do post), dará versões de games online para três clássicos: "Dom Casmurro", de Machado de Assis; "O Cortiço", de Aluísio Azevedo; e "Memórias de um Sargento de Milícias" de Manuel Antônio de Almeida. O responsável por essas adaptações é o escritor Toni Brandão.
A iniciativa surgiu diante da ideia de que a cultura digital possa ajudar no incentivo ao acesso dos jovens à literatura nacional. O jogo tem a intenção de aproximar o adolescente do clássico em questão. No portal do projeto, estarão disponibilizados, também, os livros originais digitalizados, curiosidades sobre a obra e informações sobre o autor. Aparentemente, no jogo, o roteiro é baseado na trama da obra, mas o desfecho pode ser escolhido pelo jogador, que interage com a história, conhecendo-a e redefinindo-a. Ao longo da brincadeira, trechos da obra são mostrados, para incentivar a leitura na íntegra.
O objetivo desse projeto é totalmente livre do comércio, diferente dos jogos de diversos livros que já ouvimos falar: Harry Potter, Senhor dos Anéis...
Mesmo com uma atitude grandiosa dessa, devemos ter em mente que talvez esses joguinhos não "conseguirão trazer a emoção ou entretenimento" como nos outros jogos citados. São jogos simples, com gráficos simples. Mas não devemos depreciá-los por causa disso afinal, o jogo só tem a intenção de despertar a atenção de gamers, e, cim essa atenção garantida, deixar para os clássicos a tarefa de balançar seus corações.
A maioria dos estudantes - assim como eu -, que passaram ou estão passando pela época de vestibulares, com certeza tiveram acesso à esses clássicos e, como uma estudante que teve que ler muitos "por obrigação", sei o quanto é difícil ler algo que não chama tanto a atenção ou, então, não condiz com a nossa linguagem coloquial de hoje. Machado de Assis que me perdoe, mas até hoje eu não tenho vontade de tocar em Dom Casmurro. E o por quê disso? Acredito, também, que pela falta de estímulo que é dada aos estudantes. Se um professor não sabe "levar" seus alunos e fazê-los despertar o interesse em ler, é claro que a tarefa passará a ser metódica e chata. Muitas provas de literatura foram assim: livros lidos por obrigação somente para responder à dez míseras questões que, hoje, percebo que não fazem a menor diferença na minha vida. E o vestibular? Listas de 10 à 15 livros para a prova do ano. O aluno acabará lendo sem vontade, sem atenção necessário. É um sistema falho pois, ao invés de focar em 10 livros clássicos, deveriam rever conceitos e fazer uma prova que focasse somente em um livro ou no máximo - estourando - em quatro, para poder fazer com que o aluno não se sinta na obrigatoriedade de ter uma leitura metódica, e fazer uma prova metódica. Com certeza, a literatura brasileira deixaria de ser tachada como "chata", pela maioria dos alunos.
Fonte: Literatortura | Livro e Game (Projeto)
Sobre o Autor:
![]() | Priscila. 20 anos. Mora em São Carlos - SP. Estudante de Linguística na UFScar. Fã de Green Day e McFly. Chata, impulsiva, neurótica, alegre, boba, feliz, criativa, desligada, teimosa, ciumenta. Blogueira, aspirante à escritora. Devoradora de livros. Colecionadora de CDs, All Star, lapiseiras. |

