Hoje terá um post especial! Dei espaço pra minha amiga Giovana, que foi ao show do Red Hot Chilli Peppers (em São Paulo e no Rock in Rio) e é fã fanática dos caras. Ela fez uma resenha pra postar aqui.
Sem mais delongas, vamos conferir :D
SHOW EM SÃO PAULO – 21/09/2011
Vinte e um de setembro de dois mil e onze. Meu dia começou às 4 horas da manhã, quando acordei, tomei banho e me arrumei para pegar o ônibus rumo à São Paulo que sairia de Araraquara às 5h30. Meu irmão me levou até a rodoviária, e lembro que fiquei com um aperto muito grande no coração, porque era a primeira vez que eu viajaria completamente sozinha e também voltaria sozinha, sem ter um lugar para ficar e só com algumas coisas de comer na mochila e 100 reais no bolso.
Após quatro horas de viagem e cerca de meia hora de trânsito, finalmente cheguei à rodoviária do Tietê, onde encontrei minha amiga Aline e juntas pegamos um táxi para a Arena Anhembi, local onde aconteceria o show. Logo que chegamos, tivemos de nos separar, pois ela iria na pista Premium e eu na pista comum, e as filas dos dois setores ficaram em locais opostos. Apenas não fiquei sozinha porque, tão logo cheguei, já encontrei meu amigo Wellington e o amigo dele, Carlos, que estavam guardando lugar para mim bem no comecinho da fila, uma vez que eles estavam lá desde as seis da manhã (eu cheguei ao local por volta das dez da manhã).
Algum tempo depois, minha outra amiga, Raquel, chegou ao local com o amigo dela, Maurício, que acabou virando meu amigão também, e vocês vão saber por que logo mais. Ele também foi para a fila da pista Premium e ela ficou na pista comum comigo. A espera para a abertura dos portões durou apenas seis horas; isso porque eles abriram os portões duas horas antes do que era previsto: deveriam ter aberto às 18h00 e abriram às 16h00, o que causou muito tumulto e muita gente perdeu várias coisas, principalmente alimentos – que foi o meu caso, pois tive que jogar fora um pacote de biscoitos recheados e uma garrafa de água ainda fechada. Isso me deixou revoltada depois, porque logo que entramos ninguém fez questão de revistar absolutamente nada; simplesmente deixaram a gente passar e só validaram os ingressos (nem carteirinha de estudante para meia-entrada eles conferiram). Lembro que passei um desespero muito grande, porque justo o meu ingresso estava tendo erro na máquina de leitura, e eu via todo mundo passar e sair correndo para pegar a grade e eu estava ali, empacada. Quase comecei a chorar. O fiscal percebeu meu desespero e acabou deixando eu passar mesmo assim. Corri o máximo que pude, e inicialmente fui para o lado esquerdo da arena, onde eu não teria conseguido pegar a grade, mas depois minha outra amiga Karina, com a qual eu me encontrei ainda na fila, me chamou e eu corri junto com ela para o lado direito, onde nós duas conseguimos pegar a grade.
Ficamos em pé ali por cerca de cinco horas e meia, até o show dos caras realmente começar. Enquanto isso, tomamos chuva, fizemos amizade com os seguranças e tiramos algumas outras fotos, hahaha. A banda de abertura, Foals, entrou no palco por volta das 21h00 e tocaram cerca de seis músicas – quando chegaram na terceira, eu já estava de saco cheio, porque as músicas dos caras são todas parecidas e parecia que eles estavam tocando a mesma música toda hora. Enfim, quando eles finalmente saíram do palco, os Peppers ainda demoraram meia hora para entrarem no palco, tendo um atraso básico de 15 minutos. Eu estava com sede, fome, frio e com as pernas doendo demais. Mas foi surreal a forma com que tudo aquilo desapareceu assim que vi o baixista Flea e o baterista Chad Smith entrarem no palco. Em seguida, o vocalista Anthony Kiedis e o guitarrista Josh Klinghoffer. Era como se eu estivesse flutuando, e a única sensação que eu tive foi de euforia, alegria, emoção, e até descrença. Eu não acreditava que eu estava ali. Nove anos depois de começar a admirar estes caras, sim, eu estava ali, mas cara, era muito surreal. Eles começaram a tocar “Monarchy of Roses”, a primeira faixa do novo CD deles, “I’m With You”, lançado em agosto deste ano. Não é uma música marcante para mim, mas eu chorei com tanta vontade que eu realmente não sei como eu não me desidratei. A moça que estava ao meu lado até riu e pediu para que eu não chorasse, mas era inevitável. Logo em seguida (depois do Anthony, super-fofo, perguntar “tchudo bem?” pra gente com aquele sotaquezinho americano lindo) os caras começaram a tocar “Can’t Stop”, e bem, chorar não era bem o que eu deveria fazer, portanto, não o fiz e apenas cantei, gritei e tentei pular, mesmo naquele espaço apertadíssimo. A setlist completa do show foi a seguinte:
1. Monarchy of Roses
2. Can’t Stop
3. Tell Me Baby
4. Scar Tissue
5. Look Around
6. Otherside
7. Factory of Faith
8. Throw Away Your Television
9. The Adventures of Rain Dance Maggie
10. Me & My Friends
11. Under the Bridge
12. Did I Let You Know (minha preferida do novo CD; quis tanto dançar!)
13. Higher Ground (com certeza a parte mais agitada do show inteiro)
14. Pea (uma fã pediu ao Flea que a tocasse com uma faixa enorme)
15. Californication
16. By the Way
17. Dance, Dance, Dance (bis)
18. Don’t Forget Me (bis)
19. Give It Away (bis)
Aqui está um link para um vídeo que eu fiz, das músicas “Scar Tissue” e “Look Around.” Foi o melhor que eu consegui, da distância que eu estava: http://www.youtube.com/watch?v=QGljCT8kCBo .
Além de “Monarchy of Roses”, também chorei horrores em “By the Way”, por ter sido a primeira música dos caras que eu ouvi, quando tinha nove anos; “Did I Let You Know”, que é minha favorita do “I’m With You” e eu bem achei que eles não iriam tocar, mas eles tocaram; “Dance, Dance, Dance”, minha segunda preferida do IWY, que eu também achei que eles não tocariam; e claro, chorei em “Don’t Forget Me”, que me fez lembrar de muitos bons momentos com os meus amigos quando eu era mais novinha. Eu mal podia acreditar quando o show acabou, mas enfim, enquanto eu passava meu celular para as garotas que estavam atrás de mim, o segurança surgiu atrás de mim, me cutucou e disse: “Vá direitinho de volta para a sua cidade e não chore mais, ok? Vai borrar sua maquiagem!” Sair rindo do show foi épico. Mas o mais épico ainda estava por vir; eu apenas não sabia disso.
Logo que saí da arena, reencontrei meus amigos Maurício e Raquel e nós decidimos loucamente que iríamos até o hotel Fasano, onde os caras estavam hospedados, para tentar encontrar com eles. Nisso, começamos uma adorável aventura pelos arredores do Anhembi para encontrar algum táxi livre que pudesse nos levar até lá. Depois de uma hora inteira procurando, um senhor de bigode abençoado por Deus apareceu e nós pegamos o táxi dele. Eles nos levou até o Fasano por 35 reais, e quando chegamos lá, já haviam alguns fãs sentados na calçada esperando pelos caras. Nós três fomos para um cantinho ali e ficamos nos protegendo do frio enquanto ninguém aparecia, até que eu resolvi olhar para o outro lado da rua e vi ninguém mais, ninguém menos que o baterista Chad Smith, acompanhado pelo tour manager Jerry e mais alguns caras que provavelmente eram os seguranças. Não sei como, mas eu apenas atravessei a rua calmamente e fui até ele (enquanto alguns outros fãs correram, Deus lá sabe por que), parei bem ao lado dele e disse: “I can’t believe I’m so close to you” (não acredito que estou tão perto de você), ao que ele respondeu “I’m right next to you” (estou bem ao seu lado). Ele deu alguns autógrafos e tirou algumas fotos antes de me atender, e fez o mesmo comigo; enquanto ele autografava o encarte do meu “I’m With You”, eu o agradeci por ter vindo ao Brasil e depois tiramos uma foto, que ficou muito bizarra e por isso eu não vou postar aqui. A foto linda, mesmo, foi a que a Raquel tirou depois que eu pedi um abraço a ele e ele concedeu:
Neste momento eu estava dizendo a ele: “You gave me the Best night of my life” (vocês me deram a melhor noite de minha vida), e ele abriu esse sorriso lindo de satisfação. Logo depois disso eu o deixei em paz para atender os outros fãs, e o Maurício e a Raquel conseguiram uma foto com ele no último segundo, que aliás, foi tirada com a minha câmera e pelo tour manager, o Jerry.
Devo dizer também que, antes deles tirarem essa foto, eu liguei para a minha casa e meu irmão atendeu. “João Paulo, você não sabe onde eu estou!”, e ele, morrendo de sono, “Não sei, onde você está?”. Fui até o Chad novamente e disse: “Hey Chad, send a message to my brother!” e ele disse “Hey brother!” no meu celular. “Ouviu?”, “Não.” E aí eu ri mais ainda, mas nada superou quando eu disse ao meu irmão que o Chad tinha dito “oi” para ele e ele me perguntou quem era Chad. Ele estava com tanto sono que nem sabia do que se tratava. Enfim, haha, depois disso, fomos curtir nossa euforia do outro lado da rua novamente, quando de repente apareceu uma outra van preta e alguém viu o baixista Flea, que eu não sei de onde surgiu, mas entrou rapidamente na van e eu só tive tempo de gritar “FLEA, PLEASE, SAY HI TO ME!” (Flea, por favor, diga ‘oi’ para mim!), ao que ele me olhou com aqueles estupendos olhos azuis e com uma cara de “gente, vocês são loucos, vão dormir!” (eram duas da madrugada quando estávamos lá). Em seguida, o Maurício, logo atrás de mim, gritou “MAURO!” (Refosco, percussionista brasileiro da banda) e eu não me toquei que o cara, tipo, estava NA MINHA FRENTE, e soltei um adorável “MAURO DELÍCIA!”, o que fez com que ele – e a esposa japa dele – olhassem diretamente para a minha cara e rissem. Minha reação imediata: “É BRINCADEIRA, PELO AMOR DE DEUS”, e este foi o motivo dos risos pelos próximos minutos. Aguardamos mais um tempo ali na frente do hotel até que uma outra van preta surgiu, e de dentro dela saltou o vocalista Anthony Kiedis, que entrou direto no hotel e nem olhou para trás. Típico dele, devo dizer. Mas pelo menos eu o vi a alguns metros de distância. Logo depois chegaram novamente o Flea e o Mauro, mas desta vez em companhia do guitarrista Josh Klinghoffer. Flea atravessou a rua e veio nos atender, inicialmente dizendo que iria apenas dar autógrafos, mas depois de ver tantas câmeras em punho, resolveu tirar algumas fotos também.
Ele também autografou meu encarte e eu o agradeci pela noite assim como fiz com o Chad, ao que ele me respondeu “You’re very welcome.” Depois dele, só faltava o Josh! Ele estava do outro lado da rua e eu fiz sinal para que ele viesse e eu tirasse uma foto dele, mas ele disse que se eu quisesse tirar foto, teria que pagar. Muito engraçadinho. Então eu levantei o encarte e pedi para que ele o autografasse, o que fez com que ele atravessasse a rua correndo e me pedisse uma caneta. Enquanto a Raquel recuperava a caneta dela, eu procurava freneticamente a foto dele no encarte, ao que ele me disse: “You don’t need to look for my Picture, there’s only one!!” (Você não precisa ficar procurando minha foto, só tem uma!) Finalmente achei a foto dele e ele a autografou, enquanto me dizia que se eu quisesse tirar uma foto, teria que ser enquanto ele não estava olhando. Bem, foi exatamente isso que o Maurício fez com o celular dele, embora a foto tenha ficado um pouco desfocada.
Enfim, o tour manager deles, Jerry, veio direto até mim e me disse que nós poderíamos ficar na frente do hotel o quanto mais quiséssemos, mas que naquele momento eles iriam subir para descansar porque no dia seguinte eles embarcariam para o Rio de Janeiro e precisavam dormir. Ou seja, ao menos para mim era hora de ir embora. Raquel, Maurício e eu pegamos outro táxi e eu fiquei na rodoviária, enquanto eles seguiram para o hotel onde estavam hospedados. Minha aventura em São Paulo terminou às 5h30 da manhã, novamente, quando peguei o ônibus de volta para Araraquara. Infelizmente, não posso fazer com o que o tempo volte, mas posso garantir a todos vocês que o dia 21 de setembro de 2011 e a madrugada do dia 22 foram os melhores dias da minha vida, e eu nunca, nunca me esquecerei de nada que vivi nestes dois dias.

